23/07/2003
Uma introdução ao mundo open source (I)

Soluções baseadas em software livre provocam revoluções e podem ser tão bonitas e fáceis para o usuário final quanto a alternativa proprietária. Vamos começar a falar delas aqui neste espaço. Acompanhe.

Alexandre Figueiredo

Alguns sistemas têm criado um rebuliço no mundo tecnológico, entre eles o Linux e suas aplicações complementares. O Linux tem sido bastante discutido devido à sua forma de desenvolvimento, a organização de sua comunidade, a filosofia que o sustenta e os mitos que o acompanham.

Quem conhece a série Safari criada pela O’reilly, sabe que muitas figuras de animais simbolizam diversas aplicações GNU (GNU is Not Unix). A que mais se destaca é o pingüim. Ele se chama TUX, vindo do nome (T)orvalds (U)ni(X).

Linus Torvalds, estudante finlandês e Ciência da Computação da Universidade Helsinque e programador nato, criou em meados de 1991 o kernel (núcleo do sistema) e combinou o sistema GNU, obtendo o que hoje chamamos de GNU/Linux. Este kernel foi disponibilizado com o código fonte.

Na mesma época que Torvalds disponibilizou o kernel, ele lançou um desafio: utilize, modifique para atingir suas necessidades e redistribua. Esse desafio tem motivado a comunidade de software livre mundial a desenvolver aplicações cada dia melhores e abertas.

A filosofia do software livre tem confundido muitas pessoas. Aqui o livre não está associado a software grátis e sim à liberdade. De acordo com FSF, o termo software livre refere-se à liberdade do usuário executar, copiar, distribuir e aperfeiçoar o programa. O distribuidor pode até cobrar uma taxa pelo software, como acontece com as distribuições empacotadas do Linux. Desde que o direito de alterar o programa e redistribuí-lo seja preservado, o software continua sendo livre.

Temos atualmente diversas distribuições, inclusive uma nacionalmente conhecida, a Conectiva. Hoje ela faz parte de um consórcio com mais três empresas: a SCO, a SuSE e a TurboLinux. Esse consórcio visa atingir o mercado corporativo, que procura sistemas estáveis, escaláveis, flexíveis e seguros.

Além destas características, as empresas se preocupam muito com o suporte. A Comunidade Linux, seja ela nacional ou global, pode dar um “suporte informal”. Mas, como dizem no ambiente corporativo: “Se não pagar, não presta”.

Diversas empresas com suas respectivas distribuições liberam uma versão gratuita para download e uma “caixinha”, que inclui as mídias, manuais impressos, suporte telefônico e por e-mail. Isso traz um certo conforto para os CIOs que desejam investir no Linux.

As novas políticas do governo federal quanto ao uso do software livre estão deixando a comunidade local ansiosa. As medidas tomadas produzem discussões enormes nos sites especializados em Linux, como o Linux in Brazil, mantido pelo Augusto Campos.

Sabemos que a Conectiva, a SuSE (alemã), a Red Hat (americana) e outras empresas fornecedoras de soluções baseadas em Linux estão aguardando uma posição consistente do governo brasileiro (um importante usuário) em relação ao software livre. Enquanto isso não acontece, resta-nos aguardar.

Nos próximos artigos trarei notícias sobre diversas soluções baseadas em software livre. Vocês conhecerão novos navegadores, aplicações corporativas, aplicações de groupware e desktops tão bonitos e fáceis quanto a alternativa proprietária.

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